segunda-feira, julho 31, 2006

Negociação: Sem acordo na OMC, economia gaúcha perde

Descrentes de que os subsídios à produção fossem ao menos podados pelos governos europeus e norte-americano, especialistas explicam que o Brasil não perde muito mais, porque já convivia com essas regras. Mas deixa de lucrar, já que os subsídios puxam os preços internacionais de produtos como soja, frango e carne, para baixo. - Se as negociações tivessem êxito, representariam US$ 10 bilhões a mais por ano em divisas com a venda de produtos agropecuários em dois anos - diz o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Com custos de produção menores do que nos países desenvolvidos, os brasileiros levariam vantagem na competição, explica a professora da Fundação Getulio Vargas Monica Marinho. Nas carnes, a vantagem se reverteria em preço.
Na soja, o crescimento seria em volume, por que os norte-americanos, líderes na produção mundial, já atingiram o limite de expansão das lavouras. - O preço da soja hoje está em até US$ 240 por tonelada. O governo americano garante US$ 213 aos produtores. Há excedente de exportações e queda de preço - reclama Sérgio Mendes, diretor da Associação dos Exportadores de Cereais. Atualmente, os principais problemas do sojicultor são o câmbio defasado, o combustível mais caro aqui do que nos EUA e a infra-estrutura de transportes precária. Além da soja, açúcar, café e mel poderiam ganhar mercado lá fora, diz Castro. Eder Barbon, diretor da Associação Gaúcha de Avicultores, aposta que o valor do frango subiria, mas com volumes estagnados (no primeiro semestre, as vendas externas foram de US$ 1,45 bilhão). Responsável por 50% das compras da carne gaúcha, a Europa enfrenta crise de consumo por conta da gripe de aves. Os exportadores de carne bovina apostam em acordos bilaterais, por que o que deve nortear as vendas, daqui para frente, é a necessidade. Apesar do insucesso contra os subsídios, Antônio Camardelli, diretor da Associação Brasileira das Exportadoras de Carnes, explica que os europeus comem cada vez mais carne. Restará ao Brasil, que vende 31% da carne negociada no mundo (US$ 1,7 bilhão no semestre passado) negociar cotas ou reduzir alíquotas.
Fonte: Isabel Marchezan de Zero Hora no site Revista Digital, uma publicação on-line da Pólo RS - Agência de Desenvolvimento.

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