segunda-feira, agosto 28, 2006

Conversas difíceis: como lidar com o obstáculo

Habilidades e técnicas para falar devem ser exercitadas desde casa. É o que afirmou Douglas Stone, na abertura de sua palestra no Fórum Mundial de Negociação 2006. Segundo ele, é importante aprender a lidar com conversas difíceis sem ansiedade.

"Qualquer conversa que seja difícil faz você ficar sem dormir, pois o único pensamento é sobre a possível dificuldade a ser enfrentada na manhã do dia seguinte, por exemplo. Você pensa: terei uma conversa difícil e será uma desgraça. Quando ficamos ansiosos, certamente estamos diante de um obstáculo, de uma conversa difícil e precisamos saber lidar com isso", explicou.
Efeito cachoeira - Stone explicou que a maioria das pessoas pensa que a partir do momento em que subimos hierarquicamente as conversas difíceis ficam para trás. Ledo engano. De acordo com o palestrante, quanto mais responsabilidades são adquiridas, maior a dificuldade em administrar conversas difíceis. Para ilustrar a situação, Stone mostrou uma imagem das Cataratas do Iguaçu e, em seguida, deixou a foto de cabeça para baixo.
"A ordem natural seria como a água se comporta, de cima para baixo. Entretanto, precisamos adquirir informação de base para tomar decisões e saber como se comportar em situações e conversas difíceis", explicou.
Voz interna: como externá-la - Para obter sucesso em um diálogo supostamente complicado, o ideal é saber dosar a voz interna com os sons externos. De acordo com o palestrante, precisamos sincronizar nosso entendimento com o outro sem esquecer de darmos atenção à voz interna, "aquela que funciona como uma pequena emissora de rádio dentro de cada um".
Na tentativa de exemplificar o assunto, Stone pediu a ajuda de duas pessoas. Elas subiram no palco e começaram a ler, simultaneamente, matérias diferentes de jornais. Obviamente, ninguém entendeu o que elas diziam, já que as vozes se misturaram e os textos ficaram confusos. "Quando uma pessoa está falando, vocês ouvem duas vozes: a da pessoa e a sua, a interna. Por isso, preste atenção na segunda. Quanto maior a brecha entre o que pensamos e dizemos, maior a dificuldade de entendimento, pior a explanação, péssima a vivência", ressaltou.
Passo a passo - Aprender a superar desafios. Assim Stone tentou deixar mais concisa sua definição sobre a ‘fórmula do sucesso’ de um gerente. De acordo com o palestrante, um bom profissional precisa saber lidar com desafios, definidos por ele em três categorias:
1ª. Superar diferenças: Em um ambiente coletivo, ser curioso não é achar que o outro está certo e ponto final, mas fazer questão de entendê-lo. "Toda a vez que você achar uma conversa difícil, aprenda a ouvir e a fazer perguntas certas. Para isso, treine, faça um preparo anterior", explicou.
2ª. Gerenciar o fluxo de informações: O melhor método para administrar uma conversa difícil é conseguir visualizar como e quando as informações são importantes e, sobretudo, de onde elas surgem. Além disso, é ideal saber qual sua contribuição em um ambiente coletivo. "Não adianta apontar os defeitos dos outros sem apresentar a causa deles. Todos têm responsabilidades. Crescer profissionalmente não significa isentar-se de atitudes passadas. Além disso, conversas difíceis aparecem de opiniões e pressupostos. Saiba a base da sua informação para, depois, propagá-la corretamente, a exemplo do ‘efeito cachoeira’", disse.
3ª. Dar más notícias: Ninguém ama o mensageiro que traz más notícias. Com base na frase de Sócrates, Stone ressaltou que para dar uma má notícia precisa de cuidado redobrado, já que o autor da informação pode sofrer, inconscientemente, uma retaliação. "Falar notícia ruim compromete nossa imagem. Não conseguimos ver nossa reação, nossa expressão. Os outros nos enxergam. Por isso, aprender a se comportar, principalmente para dar más notícias, é fundamental, ainda mais em cargos de grande importância", salientou.
Stone encerrou sua palestra deixando um desafio para os presentes: pensar em sua próxima conversa difícil. Ele orientou que cada um deve saber quando e como estimular as pessoas, entender o fluxo da informação, questionar sempre que necessário, mas de forma correta e, sobretudo, saber ouvir. "Escolha uma coisa que queira fazer diferente. Use o ouvir e a necessidade de fazer pequenas perguntas. Pense sempre em o que pode fazer melhor e qual o momento apropriado", finalizou.

Fonte: http://www.hsm.com.br/canais/coberturadeeventos/fmn2006/conversasdificeis_230806.php?


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